7 de dezembro de 2010

Ferth Hammerhand

Encontrado na estrada por mercadores de escravos, o pequeno elfo de cabelos negros e olhos azuis, foi vendido a uma casa de gladiadores, aonde foi forçado a treinar durante todos os dias de sua vida, sem folgas, e sem descansos.

Após muitos anos batalhando pela casa, foi tido como grande estrategista e ganhou o título de Hammerhand, pois desafiava seus inimigos de mãos nuas, usando-as como se fossem martelos de batalha.

Durante uma guerra, para pagar uma dívida com o rei, o dono da casa de gladiadores entregou-o como forma de pagamento.

O rei, encontrou no jovem elfo a determinação que faltava em seus exércitos, e em pouco tempo o rapaz já ajudava no treinamento dos novos militares, com o tempo ganhou a confiança gratidão do Rei e, consequentemente, sua liberdade. Frente a este gesto de bondade, Ferth resolveu que continuaria a serviço real, e treinaria os novos recrutas do Rei.

Além de suas funções de treinador recebe, vez por outra, do próprio Rei, missões, das quais são aceitos apenas dois resultados: o sucesso, ou a morte.

12 de novembro de 2010

Futuro

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Às vezes, precisamos que façam por nós, o que fazemos de melhor..

19 de outubro de 2010

Cegueira

-Bom dia, queridas crianças... – Saudou Fraëa.

- Já lhes contei como fiquei cega? Pois então, larguem seus instrumentos, hoje a aula será diferente... – E os olhos dos pequenos elfos brilharam de excitação - Muitos de vocês conhecem os Druidas de nossa vila, alguns são até filhos deles, não é mesmo? Pois bem, assim foi comigo também, quando tinha vossa idade...

- Quando eu era apenas uma criança tola, com meus 25, anos de idade, minha tia Emel... Calma crianças, ouçam com atenção. – interrompeu-se Fraëa - Como eu dizia, quando era apenas uma criança, tia Emel sempre dizia, “fique longe das coisas dos Druidas, Druidas não são tão brincalhões como os bardos, que tanto adora, respeite-os, e eles a respeitarão!”

- O que houve? – Perguntam as crianças, levantando-se de excitação.

- Com calma chego lá, sentem-se... Nesta época, eu costumava ouvir AhDul, o Afiado, como vocês o fazem, hoje aqui comigo. – Falou, e as crianças olharam com cara de espanto, AhDul fora o mais encrenqueiro e desbocado Bardo que a vila já vira, até encontrar seu fim, na espada de um taverneiro qualquer - Naquela época nós crianças não tínhamos lições sobre todos os assuntos, escolhíamos um, e o seguíamos. Tia Emel ficou desapontada quando escolhi ser Barda, mas não me criticou, e até disse que tinha uma linda voz.

- Eu tinha também outros tutores, mas me afeiçoara a AhDul. AhDul costumava nos incentivar a fazer o que os outros nos proibiam, dizia-nos que o mundo era dos curiosos. Se soubesse as conseqüências da curiosidade irresponsável, não viveria no escuro.

- Oh! – chocaram-se as crianças.

- Em alguns anos, aprendi a contar histórias e também a cantar, enquanto tocava esta harpa. – E uma harpa de prata surgiu em sua mão esquerda – Nesta época, os anciões acharam por bem que nós, jovens, aprendêssemos também um pouco das outras artes. Nem todos gostaram da idéia, os Druidas são muito fechados, e não gostam de dividir seus segredos. Ensinaram-nos o básico, como sentir o cheiro do vento e prever a chegada da chuva, a cuidar de amigos feridos, até que os curandeiros chegassem, e também como é importante cuidar da floresta e dos seres que nela habitam. Nunca nos ensinavam, porém, coisas mais complexas, ou deixavam que nos aproximássemos da Clareira do Druida.

- Eu gostava das aulas com os Magos, mas eram muito metódicos, preferia os Feiticeiros, que deixavam a vida fluir de modo mais natural. Tive também aulas de Arquearia, que me deixaram em dúvida se queria mesmo cantar e contar, para todo o sempre... Com as espadas nunca me dei bem, mas o básico me foi ensinado. Aprendíamos também com os artesãos, que nos ensinaram a beleza que as coisas podiam ter, com os Clérigos aprendemos sobre os deuses, e a criação das raças e do universo... Ouvíamos, também, histórias sobre outras profissões, umas mais belas, como os Nobres Paladinos que costumavam residir em Bantur, e outras um pouco menos nobres...

- Sempre gostei de aprender, acho que é por isto que gosto de ensinar... Mas, para todos os bons conselhos, sempre tinham as contrapartidas de AhDul. Ele era um Mestre dos contos, não cantava muito bem, mas contava como ninguém. Sempre nos contava histórias fantásticas sobre ladrões, que roubavam, aos poucos, todo o tesouro de Enormes Dragões... Infelizmente, só depois que fiquei cega, é que perguntei a ele o que acontecia depois que eles roubavam o tesouro. Não gostaria de ter o destino deles...

- OH! – Gritaram as crianças.

- FRAËA, VOCÊ AINDA NÃO NOS CONTOU COMO FICOU CEGA! – Gritaram algumas.

- Ora, não sejam apressadas, crianças! – Ralhou a Tutora – Falta pouco, já chego lá...

- Tia Emel já era, naquela época, a Curandeira mais experiente da vila. Eu conhecia alguns outros Druidas, e conhecia o suficiente de seus hábitos, para saber que alguns se dedicavam a cura, alguns aos seus animais, enquanto outros gostavam de virar animais, ou ainda canalizar a magia da terra e alterar a verdade a sua volta.

- Emel é a mais complacente Druida que conheci, deixava seus livros e pertences guardados, mas nunca me impediu de vê-los, tocá-los ou até lê-los. Só existia UM livro que nunca me deixou encostar, disse-me que nele existiam Runas, e que sempre que as visse, deixasse de lado a curiosidade. Seguindo os ensinamentos de AhDul, achava minha tia uma tola. Buscava de todas as formas possíveis descobrir o que significava e, um dia, descobri o significado de uma combinação de Runas.

- Tudo bem, Fräea? – perguntaram as crianças mais atentas. Fraëa havia suspirado, e controlado o choro.

- O que diziam as Runas? – perguntaram as outras crianças.

- Tudo bem, queridos, já devia ter me acostumado com meu passado. – um momento de pausa, e prosseguiu – As Runas diziam “Brilho do Sol, Cegue o Inimigo” – A voz da Elfa era triste, e cheia de emoção e arrependimento, quando duas lagrimas rolaram por seu rosto. – E então as Runas Brilharam, e o mundo escureceu. Acordei quatro dias depois, com uma venda nos olhos, e Emel ao meu lado. Estava aflita, e pedi que Emel retirasse a venda de meus olhos, não agüentava mais a escuridão. Percebi que Emel chorava, e me pedia desculpas por ser tão descuidada. Pelos sons descobri que haviam outros no quarto, ou onde quer que eu estivesse. Reconheci algumas vozes, eram os Druidas, eu devia estar na Clareira do Druida. Parei e ouvi, como faria para sempre, daquele momento em diante.

- Alguns diziam: “Como pode deixar o Livro de Runas descuidado, Emel? Crianças não deveriam chegar perto dele! A menina está cega, e nem mesmo você pode curá-la” – Enquanto outros diziam: “Não se preocupe, Emel, acharemos uma cura, a culpa não é sua, a menina sabia que não deveria ler as Runas!”

- Emel se Culpava pelo que havia acontecido, e disse que eu poderia ter morrido. Disse até que não era digna de ser uma curandeira, se expunha a própria família a riscos como este. Percebi o estrago que fiz, e tentei remediar as coisas, disse a ela que a culpa era minha, que as aulas de AhDul me deixaram curiosa. Neste momento, lembro-me do silêncio que se formou na Clareira. A muito os Druidas tinham motivos para não gostar de AhDul, mas agora seus conselhos mal-dados tinham deixado uma criança cega e destruído a honra da Ordem.

- A culpada fui eu, mas os Druidas não viam desta forma. Tentaram expulsar AhDul da vila. Os anciões não permitiram que tal fosse o destino do Bardo. Apenas proibiram-no de ensinar. Era um Bardo, impedido de contar. E como tal, decidiu por si só abandonar a vila. Muitos anos depois, um viajante contou que AhDul fora morto, numa taverna, onde se engraçou com a esposa do taverneiro.

-Alguns dias depois do despertar escuro, eu já estava bem, Emel retirou a venda de meus olhos. Disse que estavam perfeitos (ainda que tivessem mudado de cor. Antes eram verdes, agora tinham um tom de castanho esverdeado, como folhas prestes a cair, no outono), que não haviam deformações. Ao mesmo tempo fiquei aliviada e horrorizada. Se não havia nada de errado, por que não enxergava? Muito tempo se passou, sem que eu tivesse sequer vontade de ouvir, quanto mais de contar. Com o tempo reaprendi a viver e meus ouvidos passaram a ser meus olhos. Voltei a cantar e contar, e por vezes conto esta história, quando acho que abrirá os olhos de alguns.

- Os Druidas até hoje não encontraram uma cura para mim. Mas aprendi uma lição, e vocês sabem qual é?

- Que os druidas são perigosos? – respondeu uma criança, amedrontada.

- Que não deve mexer no que não lhe pertence? – tentou outra.

- A respeitar o que os mais velhos dizem, mesmo que não entendamos? – perguntou outra, com um tom pomposo.

- A não ler coisas em línguas estranhas? – e outras sugestões foram dadas.

- Não – Disse Fraëa, apesar de ter gostado de algumas das respostas – Não, meus queridos, aprendi que o mundo não é dos curiosos, o mundo é dos Sábios. Sejam curiosos, mas sejam sábios e distingam quando a curiosidade é apenas uma vontade, e quando ela é necessária.

17 de outubro de 2010

Fraëa, a Barda

Certo dia há uns sessenta e poucos anos, minha tia Emel, conhecida como A Curandeira, voltou de suas andanças contando sobre um pobre casal halfling que não podia ter filhos. Ele, um adepto do templo de Yondalla, ela uma artesã de família nobre, algo neles a fez crer que seu filho seria, de certa forma, predestinado. Contou-me que sua história era sofrida e que resolveu ajudá-los. Ela sabia que se continuassem na cidade, vivendo preocupados em busca do filho, nunca teriam condições de conceber, portanto, calculou quanto valia as posses do casal, e disse a eles que a cura para o seu mal lhes custaria uma moeda de ouro.

Desesperados como estavam, o casal abriu mão de tudo o que tinham, porém, seus motivos não eram nobres, visavam adquirir o patrimônio da família dela. Emel entregou-lhes uma poção, que realmente seria capaz de curar qualquer motivo físico para que Garim não concebesse. Contudo, enquanto não tivessem na vida motivos nobres, Emel sabia que o Pai da Vida não lhes concederia o filho. Muitos anos se passaram, minha tia mantinha um olho junto aos dois, sempre que possível, e demorou alguns anos para acreditar que seus motivos pouco nobres alimentassem uma gestação.

Anos depois, parece que descobriram que ter um filho para ganhar dinheiro era mesquinho, e também que não precisavam disto para ser felizes. Ele curava as pessoas, ela fazia sua arte, ambos encontraram a felicidade em seus trabalhos, e descobriram um belo amor.

Mais ou menos nesta época, Emel decidiu que poderia dar aos pequenos a sua localização. Não teria sido difícil para eles encontrá-la, mas buscavam no local errado, eram meio tolos.

Conheci-os há cerca de 20 anos, eram um belo casal (não no sentido estético, pois não saberia dizer), percebi por suas vozes que eram boas pessoas. Chegaram no outono, e Emel passou um de seus maiores períodos distante da Vila. Fiquei preocupada, mas não havia muito que eu, uma elfa cega pudesse fazer. Durante este período, percebi que o casal estava muito feliz, e foram muito bem recebidos por meu povo. Lhes fizeram uma casa, e depois de quase um ano, no final do outono seguinte, nasceu Kas.

Infelizmente a sorte de Garim e Nom não foi das mais belas, ela não chegou a amamentar, e ele entrou em um estado de tristeza tão profundo, que sequer aproveitou os dois anos em que conviveu com o filho.

Emel, que chegou a tempo de salvar Kas, e dar a Garim um enterro digno, sabia de seu dever para com aquela criança, e decidiu criá-lo como filho. A principio era estranho ter um primo que se desenvolvia tão rápido. Nós elfos viramos adultos aos 110 anos e, aparentemente, aos 17 ele já era um homem feito. Todos diziam que seu porte e sua aparência lembravam os de um elfo, mas isso nunca saberei.

Durante a criação de Kas, em muitos momentos me senti preterida. Minha tia dizia que ele tinha talento, que seria um grande curandeiro. Ela dizia que eu não era muito sábia, por não saber valorar os dons do pequeno (que, dizem, é bem alto para sua raça). Nos tornamos amigos e, por volta de seus 17 anos, nos tornamos mais que isto. Nesta época, incentivado por Emel, ele embrenhou-se no mato, e fez por lá o Ritual da Conexão, não sei explicar exatamente o que é, mas dizem que após beber o chá, os deuses lhe mostram verdades.

Quando retornou, passou a me tratar de forma diferente, era mais meigo e doce do que antes costumara ser. Passou a despender mais tempo ouvindo minhas músicas e poemas. Disse que ficava fascinado com a forma como eu contava uma história, mas acho que era apenas uma forma de me ver sorrir. Dizia que meu sorriso iluminava o dia (estranho, pois todos me diziam que era o olhar dele que o fazia, diziam que tinha olhos e cabelos de sol, assim como me disseram que meus cabelos eram da cor da avelã, e meus olhos da cor das folhas de outono, antes de caírem).

Após o ritual, ele se tornou mais próximo, e ao mesmo tempo mais independente. Dizem que tem a ver com a tatuagem do rosto de Obad-hai que apareceu em suas costas. Começou a fazer suas viagens para Bantur, e a passar cada vez mais tempo por lá, mas sem nunca passar mais de um mês sem me visitar. O que me tranquilizava era Lobo, que está sempre com ele.

O que me preocupa, é que há mais de um mês ele se foi, com seus novos companheiros de Bantur, atrás dos estranhos rastros que vinham sendo deixados na floresta. Emel me proibiu de sair da vila. Não fosse o escuro em que vivo, me sentiria humilhada, por ser mandada ficar em casa, aos 113 anos de idade.

Pergunto-me se meu pequeno está bem, mas não há nada que possa fazer. Meu coração se aperta a cada pensamento, e minhas músicas e poemas estão cada vez mais tristes e angustiados. Espero ter noticias em breve.

El Kas, a Avelã, a Lua e o Livro

Antes do que passo a narrar, lembro apenas de sentar ao pé do fogo, no escuro dormitório subterrâneo. Movido pelos instintos habituais, preparei quase sem perceber a combinação de ervas do tão conhecido chá que responde à todas as perguntas, mesmo que para elas não se tenham feito perguntas. Desculpem-me se a qualquer momento parecer ou for confuso, mas é dificil transformar o mundo de lá em palavras.

No momento seguinte, me vi andando por mais um daqueles odiados corredores escuros. Estranhamente Lobo caminhava ao meu lado, e não embaixo de mim como é nosso costume, e estávamos um pouco mais atrás de nosso recente grupo de amigos. Éramos ao todo 8, meu inconsciente me mostrou que faltava o Halfling que salvamos, mas estranhamente não dei importância ao fato, e segui com o grupo. Não se via, junto ao grupo ou longe dele, a existência de nenhuma luz, mas todos enxergávamos como se estivéssemos andando numa noite de luar.

Lembro-me bem. Chantal foi a primeira. Ouvimos uma música, que me é familiar, mas na hora não recordei e, de forma estranha, Chantal saiu em disparada pelo túnel como se tivesse avistado a saída. Não fosse o hábito, talvez me espantasse pela falta de reação do grupo. Seguindo em frente percebemos que Chantal não estava em parte alguma mas, afinal, eu já estava habituado aos efeitos da Conexão, e sabia que nada de mal lhe tinha acontecido. Um a um meus companheiros se foram, incluindo Lobo, meu fiel amigo, que foi o próximo, acompanhado de Irina. Ouvimos outra música, que me lembrou o Pai da Vida e, no momento seguinte, os dois correram como Chantal havia feito. Outras músicas tocaram e Badin, Liara, Hael e Baco também se foram, um a um.

Continuei a caminhar, pelo tempo de onde não há tempo, e então eu ouvi a música e vi a luz. Desta luz, surgiu um raio, ou uma flecha, não sei dizer ao certo, vindo em minha direção. Sei que ocorreu num piscar de olhos, mas vi o trajeto e concluí que acabaria em meu peito, aonde agora eu tinha uma Lua, da qual me recordava vagamente. Milésimos, ou horas (desculpe-me, não há como precisar o tempo, quando se está no Mundo dos Dias), se passaram, e a flecha tocou meu peito, acertou em cheio uma avelã, presa em um colar de tranças roxas, exatamente acima da Lua. A avelã se abriu e deixou que dela caísse sua semente. Ao tocar o chão, o tremor de terra foi tão grande que me lembro de ter ficado estarrecido. Antes de cair me joguei ao chão, e estranhei quando caí em galhos de uma alta aveleira, e não no frio chão anão. De onde estava, através dos galhos, via apenas a lua que momentos antes estivera em meu peito. Nunca fui bom em escaladas, e no momento em que pensei nisso, avistei uma corda dourada, mais bonita que toda corda élfica que já vi. Havia um problema, nesta corda não haviam nós, também não haviam ranhuras, emendas nem nada que chamasse atenção aos meus olhos apressados, e me auxiliassem na descida.

Respirei fundo, segurei a corda e desci, com uma força surpreendente que eu sabia não possuir. Na descida reparei que a aveleira tinha escamas de mithrill, que cresciam sobre si como trepadeiras e, ao tocar o chão, senti meus pés molhados. Olhei então e notei que a aveleira nascia de um espelho, um espelho d’água. Sentia-me em uma sala fechada, mas o horizonte me parecia infinito, olhei então para a lua, que pingou seu brilho n’água e me mostrou, que a poucos metros, ou centímetros, existia um vale submerso que continha em seu centro uma fonte de luz.

Caminhei até lá, e me vi em cima da luz, como se um chão invisível nos separasse. Abaixei e da água bebi, e em mim a Lua pingou. Quando reparei, sem qualquer tremor, som ou outra demonstração, me vi dentro do vale, diante de um pedestal, que continha um livro e uma pena equilibrada em pé sobre ele. Tentei pegar a pena que virou uma mão e folheou o livro. Existiam tantas coisas nele escritas que precisaria de algumas vidas élficas para contar. Ao final das páginas, olho em volta e vejo o espelho. Não me vejo mais como era, sou um Elfo, e carrego em uma das mãos um cantil e, na outra, a pena que havia visto. Encho o cantil e guardo-o com carinho, junto com a pena, e caminho em direção à aveleira. Sento-me aos seus pés, e recolho do chão uma de suas escamas prateadas. Lembro-me da avelã que me salvou no corredor, olho para baixo e vejo-a pendendo sob o colar roxo e sobre a Lua em meu peito, olho para cima e percebo que voltei ao corredor, e estou ao lado de meus companheiros, como se anos, ou apenas minutos, de caminhada tivessem se passado.

Ao acordar achei engraçado como o grupo me olhava, e só então percebi a luminosidade prateada que emanava da Lua de Corelon em meu peito, iluminando com seu brilho prateado a lareira a minha frente eclipsando o fogo que nela existia. Olhei para trás e percebi como vinhas desenroscavam-se, do rosto de Obad-Hai às minhas costas, por meus braços e faziam crescer plantas por todo o quarto, na rocha pura e fria da tão conhecida e mal-quista masmorra.

El Kas, A Metade

El Nom era um jovem halfling (altos-pequeninos) quando conheceu Nar Garim, filha do ferreiro da vila onde residiam. Nom era baixo para os padrões de sua raça, de constituição forte e trato fácil. Nascido de família pobre, foi entregue pelos pais ao templo, para que se tornasse alguém na vida, e lá aprendeu a ler, escrever e curar as pessoas, no que trabalhava com prazer, ainda que não fosse uma sumidade no assunto. Garim era uma bela pequenina, com dons artísticos inimagináveis, ajudava seu pai com a arte final de suas obras, e valorizava seu trabalho.

Nom apaixonou-se por Garim, e ela por ele, que fez o pedido formal de casamento ao chefe da família Nar, que acusou-o de estar interessado em suas posses. Nom, ofendido, diz a ele que casaria com Garim mesmo sem ganhar um grão de poeira sequer de dote. Contudo, depois de muita relutância do chefe da família Nar, Garim casou-se com Nom, mas, com a condição, imposta pela Sra. Nar, de que receberia o dote após o nascimento do primeiro filho.

Muitos anos se passaram sem que o casal conseguisse gerar um filho, o casal não passava necessidades, mas tinha uma vida difícil e humilde, até quando surgiu na cidade uma Curandeira, que disse ter a solução de seus problemas, em troca de uma moeda de ouro, o que custou, no fim das contas, todo o patrimônio do casal. Esta Curandeira fez então uma poção, e entregou para que os dois bebessem, e partiu.

Após algum tempo, chegaram a conclusão de que foram enganados, e, agora sem patrimônio, tiveram que sair em busca de sustento em outro local. A família Nom, em repúdio à “estupidez” do casal, deserdou Garim, dizendo que alguém tão tola, capaz de cair em tal conversa fiada, não seria digna de ter sequer uma parcela de suas propriedades. Desolados e sem recursos, viajaram de cidade em cidade buscando informações sobre a Curandeira, da qual sequer sabiam o nome. Contudo, Garim, com seus dotes de artista, representou com esmero a Curandeira, de traços élficos, estranhos chifres de cervo, cabelos e olhos acinzentados e estatura mediana, trajando roupas simples, que pareciam bordadas a ouro, em seu porte de rainha.

A busca pela Curandeira durou anos, e o casal descobriu que realmente não precisava do dote prometido para ser feliz, Nom se tornou um curandeiro respeitaval por onde seguia, e Garim uma artesã competente, so lhes faltava mesmo o filho, para tudo estar perfeito. Quando descobriram o paradeiro da Curandeira, seguiram para a floresta dos elfos, por onde circundavam havia décadas, sem nunca, sequer, pensar em entrar (de fato, não se pode julgar os Nar por condenarem a tolice do casal).

Ao chegarem na vila onde diziam viver a Curandeira, foram informados de que a mesma estava em campanha, que retornaria em breve, e que seriam bem vindos a esperar por ela. Esta espera durou onze meses, e, no fim do outono, El Garim deu Luz à Kas. Contudo, devido a sua idade avançada, Nom teve que escolher entre a vida da mulher e do filho, há tanto desejado.

Nom escolheu salvar Kas, atendendo às suplicas de Garim. Neste instante, a Curandeira, recém chegada à vila, é informada do que está se passando na casa dos pequenos. Apressada, chega ao local, e encontra Garim morta, com a criança nos braços, e Nom aos prantos. A Curandeira cuida da criança, e dos preparativos para o enterro, enquanto o povo da vila consola Nom. Após o enterro, Nom é convidado pelos elfos para que ali more, e crie seu filho. Nom aceita, mas, após a morte de Garim, reinou sobre ele uma apatia mortal, que o levou a definhar gradativamente.

Por fim, às vésperas do segundo aniversario de Kas, num dia em que a chuva parecia ser o choro dos céus, Nom falece, deixando o pobre Kas ao seu próprio destino. A Curandeira, por se sentir responsável pelo destino da criança, resolve cria-lo como filho, e ensinar-lhe a profissão que ela e seu pai exerciam.

Na adolescência, Kas interessou-se mais pelo estudo das ervas, da alquimia e dos psicoativos, quando descobriu seus poderes mágicos. Aprendeu com a Curandeira a se deixar controlar pela magia, seguir seu fluxo e sua vontade. Aos 17 anos, fez, sozinho, seu primeiro ritual de conexão, onde ganhou, de Obad-Hai, sua imagem, que tornou-se sua fonte de poder. E assim começa a história de El Kas, A Metade.

Druida lvl 1 Comp. Animal: Lobo
Raça: Halfling - Altos Pequeninos (considerado por ele e seu povo como elfo)
Características: 1,30m, 25kg, Cabelos Loiros e Olhos Ambar
Divindade: Obad-Hai (Tatuagem nas costas)

Str 11 Int 15
Dex 14 Sab 16
Con 15 Car 11

Display: Sakkat (Chapéu de palha), Cachimbo, Roupas Leves, com motivos Elficos e Tons de Verde e Sandalhas de Palha.

6 de setembro de 2010

You Are A:

True Neutral Human Druid/Ranger (2nd/1st Level)


Ability Scores:
Strength- 12
Dexterity- 14
Constitution- 13
Intelligence- 13
Wisdom- 18
Charisma- 16

Alignment:
True Neutral- A true neutral character does what seems to be a good idea. He doesn't feel strongly one way or the other when it comes to good vs. evil or law vs. chaos. Most true neutral characters exhibit a lack of conviction or bias rather than a commitment to neutrality. Such a character thinks of good as better than evil after all, he would rather have good neighbors and rulers than evil ones. Still, he's not personally committed to upholding good in any abstract or universal way. Some true neutral characters, on the other hand, commit themselves philosophically to neutrality. They see good, evil, law, and chaos as prejudices and dangerous extremes. They advocate the middle way of neutrality as the best, most balanced road in the long run. True neutral is the best alignment you can be because it means you act naturally, without prejudice or compulsion. However, true neutral can be a dangerous alignment because it represents apathy, indifference, and a lack of conviction.

Race:
Humans are the most adaptable of the common races. Short generations and a penchant for migration and conquest have made them physically diverse as well. Humans are often unorthodox in their dress, sporting unusual hairstyles, fanciful clothes, tattoos, and the like.

Primary Class:
Druids- Druids gain power not by ruling nature but by being at one with it. They hate the unnatural, including aberrations or undead, and destroy them where possible. Druids receive divine spells from nature, not the gods, and can gain an array of powers as they gain experience, including the ability to take the shapes of animals. The weapons and armor of a druid are restricted by their traditional oaths, not simply training. A druid's Wisdom score should be high, as this determines the maximum spell level that they can cast.

Secondary Class:
Rangers- Rangers are skilled stalkers and hunters who make their home in the woods. Their martial skill is nearly the equal of the fighter, but they lack the latter's dedication to the craft of fighting. Instead, the ranger focuses his skills and training on a specific enemy a type of creature he bears a vengeful grudge against and hunts above all others. Rangers often accept the role of protector, aiding those who live in or travel through the woods. His skills allow him to move quietly and stick to the shadows, especially in natural settings, and he also has special knowledge of certain types of creatures. Finally, an experienced ranger has such a tie to nature that he can actually draw on natural power to cast divine spells, much as a druid does, and like a druid he is often accompanied by animal companions. A ranger's Wisdom score should be high, as this determines the maximum spell level that he can cast.

Detailed Results:

Alignment:
Lawful Good ----- XXXXXXXXXXXX (12)
Neutral Good ---- XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (20)
Chaotic Good ---- XXXXXXXXXXXX (12)
Lawful Neutral -- XXXXXXXXXXXXXXXXXXX (19)
True Neutral ---- XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (27)
Chaotic Neutral - XXXXXXXXXXXXXXXXXXX (19)
Lawful Evil ----- XXXXXXX (7)
Neutral Evil ---- XXXXXXXXXXXXXXX (15)
Chaotic Evil ---- XXXXXXX (7)

Law & Chaos:
Law ----- XXXXX (5)
Neutral - XXXXXXXXXXXXX (13)
Chaos --- XXXXX (5)

Good & Evil:
Good ---- XXXXXXX (7)
Neutral - XXXXXXXXXXXXXX (14)
Evil ---- XX (2)

Race:
Human ---- XXXXXXXXXXXXX (13)
Dwarf ---- XXXXXX (6)
Elf ------ XXXXXXXXXX (10)
Gnome ---- XXXXXXXX (8)
Halfling - XXXXXXXXXXXX (12)
Half-Elf - XXXXXXXXXXX (11)
Half-Orc - XXXX (4)

Class:
Barbarian - (0)
Bard ------ (-2)
Cleric ---- (-2)
Druid ----- XXXXXX (6)
Fighter --- (0)
Monk ------ (-19)
Paladin --- (-23)
Ranger ---- XXXXXX (6)
Rogue ----- (-8)
Sorcerer -- (0)
Wizard ---- (0)